quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Minha entrevista para o 3ºFLAL



Fiquei devendo a quem acompanha o meu blog, a minha entrevista cedida ao 3º FLAL - Festival de Literatura e Artes Literárias. Escritores contemporâneos perguntaram e eu respondi, sem "mi-mi-mi". Quem quiser me conhecer um pouco mais, segue abaixo a entrevista na íntegra...



ENTREVISTA com o escritor Igor Soares Veiga


Michelle Paranhos: Você gosta de se ater a um único gênero e/ ou estilo literário ou gosta do desafio de variar a cada obra?

Resposta: Agrada-me muito o desafio de variar. Na verdade, em cada livro que escrevo idealizo um projeto próprio para cada um. Como me dedico mais a poemas, gosto que eles dialoguem entre si, ou seja, que em comunhão eles ditem a temática e a perspectiva de cada obra, ainda que cada um em si tenha um significado distinto.

Ana Cecília Togni: Horário preferido de escrita?

Resposta: Varia bastante. Geralmente depende do acento da inspiração. Todavia, à noite é um pouco melhor devido à aura de silêncio que permite uma concentração maior.

Paula Lessa: Qualquer um pode escrever um livro?

Resposta: Qualquer um pode escrever, porém, com qualidade, nem todo mundo.

Onesimo Marcelo: Quais foram/Quais são as suas influências na arte de escrever?

Resposta: Sou influenciado a todo instante nesta arte. Este é um processo constante. Mas, tenho algumas preferências. Na prosa, por exemplo, gosto de Dalton Trevisan, Machado de Assis, Monteiro Lobato, Luís Fernando Veríssimo, Ivana Arruda Leite, Marina Colasanti, Ruth Rocha, Clarice Lispector, Miguel de Cervantes, Julio Cortázar, Edgar Allan Poe, Agatha Christie, Lewis Carroll e Stephen King. Na poesia, nomes como Helena Kolody, Alice Ruiz, Paulo Leminski, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar, Mário Quintana, João Cabral de Melo Neto, Manoel de Barros, Vinicius de Moraes, Fernando Pessoa, Antonio Machado e Bertolt Brecht sempre me inspiraram demais, porém, o poeta que mais me influencia é José Paulo Paes. Ultimamente, tenho acompanhado e sido influenciado – positivamente – pelos poetas da Feira do Poeta de Curitiba e do projeto do Folhetim dos Poetas Malditos. Sinto-me abençoado por estas experiências que me dão a certeza de que existe muito talento sendo revelado em minha cidade.

Ricardo Faria: Quais as dificuldades encontradas para divulgação de sua(s) obra(s)?

Resposta: Pelo fato de muitas editoras considerarem poesia como algo “não comercial” é difícil conseguir publicar uma obra através de alguma grande editora. Geralmente a procura das editoras é por escritores de prosa ou até mesmo de alguma literatura de autoajuda, pois estas podem apresentar um maior apelo comercial dependendo do público-alvo – principalmente, como filmes da moda. Lançar um livro de modo independente acaba sendo um caminho árduo demais, pois muitas vezes, podemos acabar pagando para ser lido.

Nell Morato: Como, quando e por que você começou a escrever?

Resposta: Após conhecer a obra “Melhores Poemas” de José Paulo Paes e um pouco da história da vida deste autor me senti muito inspirado para começar a rabiscar meus primeiros poemas. E isso começou a ganhar uma dimensão maior conforme fui tendo algumas paixonites na adolescência e no início da vida adulta. Tal qual José Paulo Paes conquistou com poesias Dora – a bailarina que foi o grande amor da vida dele –, comecei a conquistar algumas moças pelas quais me interessei pelo percurso da minha vida. Estes relacionamentos passaram, mas a poesia ficou. Hoje escrevo para deixar o mundo e o meu mundo mais bonito.

Pris Magalhães: Pra você, o que qualifica uma obra de qualidade?

Resposta: Na minha modesta opinião, creio que uma obra de qualidade – principalmente no caso da poesia –, passa pelo crivo não apenas da habilidade no trato com as palavras, mas também pela veracidade e intencionalidade que se emprega no que se escreve. É preciso antes de mais nada sentir o que se escreve, para depois seduzir e impactar o leitor, para que este possa participar ativamente da experiência leitora e quem sabe mudar interiormente. Nesta perspectiva, uma obra de qualidade pode mudar o leitor, o modo como este vê o mundo. Portanto, uma obra de qualidade pode aos poucos mudar o mundo.

Lair Silva: Você acha que as escolas deveriam incentivar mais os alunos a escrever, mostrar para eles essa magia? Para assim descobrir, quem sabe, um escritor?

Resposta: Não apenas deveriam como devem. Creio que por pior que seja a crise educacional que estamos enfrentando, podemos ter futuros escritores em perspectiva nas escolas, sejam elas particulares ou públicas. Atuo como professor e com base na minha prática diária, vejo que hoje em dia é difícil garimpar talentos, uma vez que em sua maioria os alunos já vêm determinados e condicionados a não aprender, pois não foram educados para o aprendizado em suas casas. Estão geralmente abandonados à própria sorte pelas suas famílias que não fazem ideia da “vida escolar” que os mesmos “desempenham” nas escolas. Muitos só pensam em caçar Pokémon, mexer no celular ou se dedicar a assuntos banais e superficiais. Parece que não querem sequer pensar, quanto mais se expressar por meio da escrita.

Tatiana Da Cunha Domingues: O que podemos esperar de suas obras?

Resposta: Podem esperar muita vida, muita dedicação, muita verdade e muito carinho pelo que faço. Podem esperar muita quebra de expectativa, pois gosto de surpreender. Em suma, podem esperar tudo, tudo mesmo.

Luciana Do Rocio Mallon: Escrever é apenas um passatempo, ou, no seu caso é uma profissão que garante a sobrevivência?
Resposta: Para mim, escrever é tudo. É minha vida. Está em mim. Simplesmente. É um passatempo e é uma profissão. É brincadeira e é coisa séria. Não digo que seja algo que garanta minha sobrevivência financeira, mas que garanta a minha sobrevivência humana diante do inferno diário que é viver e conviver com tantas injustiças neste mundo. 

Ironi Jaeger: O que significa o conceito de “independência” no universo literário?

Resposta: Complicado falar deste conceito abrangendo o universo literário como um todo. Porém, na minha modesta opinião, creio que seja a possibilidade de um autor poder editar o seu livro do jeito que quiser, não se deixando prender apenas a um público-alvo, a fórmulas prontas e a metas de vendagem. É poder escrever sobre qualquer coisa, sobre qualquer assunto, sem se preocupar em agradar aos críticos literários. Em suma, é poder se expressar livremente, uma vez que a arte literária – e todas as outras formas de arte – não deve ter amarras.

Elizabeth Machado Salles: Planos para o futuro? Quais? E qual você deseja realizar ainda esse ano?

Resposta: Este ano tem sido muito especial para mim na Poesia, pois consegui vários feitos e tenho sido constantemente convidado para diversos projetos. Dentre eles, pretendo concluir minha participação em um romance policial que está sendo elaborado pelo grupo “Poetas Malditos” – inúmeros poetas talentosos que estão se aventurando na Prosa; quero executar com êxito a minha participação como consultor no projeto “Poesias Encantadas X” promovido pela Editora Becalete; e se possível entre este ano e o próximo, quero lançar o meu primeiro livro de poemas que já está escrito há um certo tempo – só falta editar e publicar. Aliás, na última vez que contabilizei os meus poemas, descobri que já havia mais de 300 escritos. Porém, como escrevo praticamente todo dia, acredito que este número deve estar um pouco mais além. Por último, quero ver se dou andamento em outro projeto que tenho como professor: lançar uma antologia dos textos dos meus alunos. Ah, e tenho também o desejo de um dia participar do “Encontro Mundial de Poetas” que ocorre no México todo ano. Quem sabe... Como deu para perceber, há muito ainda para ser feito.

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